sábado, 18 de junho de 2011

O Tony e o JPP

Parece que está a cantarolar o Tony. A única coisinha que eu consigo reconhecer ao senhor é a sua capacidade de encher o Pavilhão Atlântico dia após dia, bem como outros estádios por esse mundo fora. Isso e ao menos quando não consegue inventar nada de jeito, copia como é o caso do "Despues de ti no hay nada" e uns quantos clássicos de Ricardo Arjona que julgava já estarem enterrados.
Mas suporto tudo isto e sou capaz de estar numa câmara frigorífica durante uma hora a ouvir o Tony, de mãos atadas, ao invés de ter que ouvir o João Pedro Pais durante cinco minutos.
Além das melodias serem mais sofridas que ter um círio de Fátima a arder no cu, as letras remetem para o verdadeiro abismo. A mais recente que anda aí a badalar nas rádios de má qualidade foi escutada ao ínfimo pormenor com o único propósito da análise meticulosa da letra. E nada. Nada diz com nada. O amor é como o cocó que sai da orelha de um peixe que está a correr nas montanhas gélidas da Etiópia. Alhos, cebolas, pepinos, beringelas; Malmequeres, girassóis, tulipas e cagadelas: tudo do mais disparatado possível com um único propósito de rimar. Tudo envolto numa penosa melodia pela voz de um casapiano que ainda sente as farpas do passado a rasgarem-lhe o ilhó. 
Ouvi-lo é como assistir, através de uma câmara de Big Brother, a alguém na sanita a cagar um daqueles duros.
E é por críticas como estas que a Fnac não me convida a criticar os seus álbuns no seu catálogo. Eles é que perdem.

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