quarta-feira, 28 de março de 2012

Coisas que não me costumam acontecer

Hoje, depois de ter estado ao telefone com as putas com quem eu trabalho, lá fui eu fodido da vida almoçar  ao Colombo que não me apeteceu cozinhar, para depois ir trabalhar e debitar caralhadas aos berros até tirar ao peso de cima e encontrar-me em perfeita homeostasia com o meio ambiente.

A chegar ao parque de estacionamento do Colombo, surge atrás de mim um conjunto de buzinadelas incessantes que por momentos pensei que o senhor tinha deixado cair a pila em cima da buzina. Antes de abrir a janela para poder espetar o dedo do meio para que ele virtualmente o enfiasse no cu, decidi olhar para trás primeiro não fosse uma coisa do meu interesse. E assim descobri que tinha o pneu furado.

Lá estacionei mais fodido da vida do que eu já estava, pronto a partir a primeira série de dentes que me aparecesse à frente. Ora eu não mudo pneus. Admito-o sem quaisquer problemas que não sou doutorado em Mecânica automóvel, muito menos caloiro. Calmamente dirigi-me ao porta bagagens e fui retirando peça a peça, cada uma mais desconhecida que a outra, enquanto com a outra mão ia abrindo o youtube no telemóvel à procura de "how to change a flat tire". Sempre com o meu ar de donzela esbaforida em apuros... mas em macho.

Aproxima-se um carro e o moço com o seu sorriso de filho da puta / cara de cu pergunta "Pneu furado?" enquanto vislumbrava as peças que eu ia retirando do carro. Não fosse o gajo giro como ele era e tinha respondido que não; que simplesmente tinha um fetiche em separar as ferramentas do meu carro e alinhá-las por cores. "Queres uma ajuda?" pergunta ele e aqui pensei estar num filme porno americano, sem a route 66 mas sim, no glamoroso parque de estacionamento subterrâneo do Colombo. Respondi que precisava mais era de um mecânico. O sr. Sorriso filho da puta / escárnio, com o seu cabelo e olhos lindos estacionam para ir fazer o obséquio. Achei aquilo tudo muito cinematográfico mas pensei que afinal nem todos são como eu: há gente boa.

De rego em cheio no meu campo de visão, lá ia o moço agachado de "coisa de ferro" em punho a desatarachar porcas. Ele ia-me tentando consolar do facto de eu não saber fazer aquilo, bem como dando pequenas explicações do que ia fazendo mas o rego dele com penugem loira à mostra estava-me a toldar a concentração.

Findado o trabalho estava a modos que num dilema porque não sei como agradecer a um gesto destes e também não estava com muito tempo em mãos para estar a oferecer sexo. Perguntei na mesma em jeito de vítima hiper agradecida. O sr. sorriso lindo e mãos todas cagadas respondeu que quando ele furasse o pneu ficaria à espera que eu fosse lá mudá-lo. Ora o meu maricómetro é uma valente merda portanto não percebi se isto era a frase subtil para "banco de trás do meu carro já!" ou se ele realmente achava que eu era tão nabo que não havia nada que eu lhe pudesse oferecer que lhe pudesse interessar. Optei pelo segundo porque foder em bancos de trás dá-me dores de costas.

Arrumei as ferramentas enquanto Cara linda desaparecia com o acenar da mão toda cagada. Nem lhe ofereci um lenço para limpar as mãos. Claro que cheguei ao trabalho muito mais calmo.
Claro que se fosse solteiro tinha furado os outros três.

1 comentário:

XL disse...

Há que admitir, foi romantico!
E nem precisas te de aprender a "segurar" no macaco.
Mas por acaso não pensas te, em vez de ires ao you tube, consultar o manual do carro? Costuma explicar e com bonecos