quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Moda Lisboa - devolver a capacidade de discernimento às portuguesas.

Hoje decidi finalmente re-ligar o meu aplicativo que permite alimentar-me com os mais recentes posts dos blogs que ando a seguir. Desliguei-o durante três dias porque sinceramente, o meu cu não aguentava nem mais um vestidito da Moda Lisboa. Blogs da moda, blogs da treta e até blogs de teor sexual andavam lá enfiados.


Não me levem a mal. Eu sou adepto de modas e consumidor de tendências que me atraem. Creio que se não fosse a moda, andávamos todos ainda com fatos de treino brilhantes e sapatos de verniz com meia branca. Mas todo o santo dia a postar sobre o quanto é tudo lindo e maravilhoso, não. E como se já não bastasse centenas de pessoas vestidas de Zara a ver as modas a passar (que provavelmente voltarão aos cabides de onde vieram que o tempo não está para extravagâncias), era um parir de posts de todos os lados como se a blogosfera virasse a La Redoute por um fim-de-semana. Estou certamente a ler os blogs errados, mas é que durante o ano aqueles seres até têm alguma piadinha. Mas como cada um faz o que lhe apetece, limitei-me a desligar o aplicativo. 


Hoje liguei-o novamente e levei com os restícios de uma Moda Lisboa ainda ressacada, quando deviam era estar a pensar na bebedeira que vamos todos apanhar hoje à noite no aniversário do Lux. E assim para chegar a posts que realmente interessassem, tive de "scrollar" roupas e mais roupas até chegar onde queria. O que me afligiu, no entanto, no meio de tudo isto, foi o tacto estético das ditas fashionistas no que concerne à verdadeira beleza dos trapos. Eu não percebo muito de moda, mas acho que o sexo feminino (75% dele, vá) tem uma tendência para amar tudo o que é roupa nova, nem que seja a coisa mais hedionda alguma vez vista. Isso talvez explique o derradeiro fenómeno da roupa que nunca saiu do guarda-fato.


Mas eu não vou viver para sempre, deixem-me que vos filtre a mente embasbacada pelas luzes da passerelle antes que sejam enxovalhadas em praça pública:


Vestidos "só me faltam ver a cona"


A sério que acham este género de vestido bonito? Até pode vir em Valentino ou outra merda qualquer. Vestido onde se vêem as mamas são de puta. Não é possível debater isto porque não há contra-argumentos. É puta, puta, puta. Grita fornica-me em plenos pulmões, e sinceramente, se a única coisa por descobrir é o que está entre as pernas, não há assim muito efeito Kinder surpresa. Depois choras que te deram 20 euros depois do acto.


Vestidos "o que eu usei na minha primeira menstruação"


Não, não é fofinho. Era fofinho quando tinhas 3 meses. Agora pareces um cortinado pendurado nas mamas (existe a versão abat-jour mas que não foi contemplado na Moda Lisboa deste ano).  Estás prenha? Tens uma barriga que nunca mais acaba? Então este é o teu vestido. Não tens? Então essa é a mensagem. Estás tesuda? Não, a minha avó é que está. Quanto muito conhecerás um pedófilo que tentará a sua sorte 2 em 1, se é que me entendes.


Vestidos "a minha gola é uma cona"





Isto é uma cona. Este pescoço é a uma cona gigante e a tua cabeça está a sair dela. Se virarmos a foto ao contrário, a tua cabeça estará a tentar libertar-se de entranhas maternais. Se é sexy andares com uma espécie de cona à mostra? Tão lassa não. Não és uma hipopótama. 
Não publiquei o exemplar do estilista português que várias meninas louvaram porque não quero instigar nelas o complexo do "estarei apaixonada por uma grande cona"? Não meu amor. Estás apenas deslumbrada pelas luzes da passerelle e pela música ontss-ontss que faz com que toda aquela roupa te pareça um espectáculo. E felizmente que ninguem pode comprar aqueles exemplares, à excepção da Paula Bobone. Mas essa parece sempre uma cona.

Não ofereço conselhos personalizados. Mas o sentido estético de meia dúzia de senhoras por esta net fora estava-me a desregular os níveis de bílis.

2 comentários:

Anónimo disse...

Lololololol

Alexandra disse...

Adoro!

Uso o vestido qeu usei na minha primeira menstruação mas adoro.