Apresento-vos: o dia em que deixamos de dizer cona e passamos a dizer xaroca.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Bernardina... que saudades
Como este blog é um blog cheio de classe e de aprendizagem, junto-vos um vídeo da eloquente Bernardina a introduzir termos novos no léxico português.
Apresento-vos: o dia em que deixamos de dizer cona e passamos a dizer xaroca.
Apresento-vos: o dia em que deixamos de dizer cona e passamos a dizer xaroca.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Quando andamos a adiar o divórcio
Depois de um Dia dos Namorados bem regado com vinho para que eu e a minha amiga nos pudéssemos esquecer que tínhamos orientações sexuais diferentes, hoje decidimo-nos divorciar.
Muitas razões haviam para ficar e muitas coisas fingi não reparar para não me chatear, nem partir a loiça toda.
Não vou mencionar o quanto me incomodava as narinas de cada vez que ela se ria às gargalhadas e peidava alegremente sem se aperceber, estilo metralhadora a acompanhar a gargalhada em uníssono.
Não vou mencionar o facto de ela ter passado seis meses a tirar macaquinhos do nariz e fazer rolinhos na mesa da sala de jantar até o dia em que deixamos lá uma travessa e tivemos de deitar ácido na mesa para aquilo se descolar, sempre sob o queixume de que "se calhar a travessa estava tão quente que colou"... se calhar.
Nem vou mencionar o quanto me repudiava ela usar a minha manteiga de amendoim para fazer obscenidades no quarto com os gatos e depois voltar a por a manteiga no frasco para posteriormente servir um brunch cá em casa para os amigos com "bolinhos de amendoim saborosos caseiros".
Até lhe perdoei as vergonhas que passava quando ela colocava o vibrador na máquina de lavar a loiça para depois servir vinho aos meus amigos e corar quando vislumbrava um pêlo púbico a boiar em Periquita e eles beberem por constrangimento de demonstrarem que repararam.
Agora chegar a casa cansado do trabalho e ver que ela ainda não me lavou o prato dos cereais, é a gota de água.
Sempre achei que eras uma senhora mas hoje descobri que eras uma porca. Hoje. Adeus
sábado, 13 de fevereiro de 2016
Ontem fiz a festa
Ontem decidi celebrar o meu aniversário em comunidade. Prometi a mim mesmo que era o último ano que festejaria em Fevereiro e que no próximo ano, a minha data de nascimento será em Junho. Porque se os meus pais não souberam escolher uma data melhor para me fazerem, eu não tenho que pagar por isso para o resto da minha vida.
Agarrei num chapéu e seleccionei as pessoas mais badalhocas do meu círculo de amigos, e procedi ao convite.
Como os meus amigos não são pessoas que se possam levar à rua em público, nem tampouco apresentar aos pais de ninguém, e muito menos levar a um restaurante onde existam outros seres humanos, marquei o jantar numa casa particular que faz eventos. E avisei o dono. E dei umas notas à empregada.
Como os meus amigos foram dotados pela genética com fígados de búfalos, rapidamente percebi que meia garrafa de vinho por pessoa era como dar amendoins a um elefante. Levei vinho de saco numa caixa com torneira porque se os meus amigos não tiverem vinho em perfusão contínua, começam a roer a mesa e a própria roupa. Se beberem vinho, dançam a Macarena e fazem "comboios obscenos". Eu prefiro o segundo. Até porque preciso de documentação fotográfica para mantê-los sob chantagem eterna. Senão não seria amizade verdadeira.
No final, acabei a noite bêbado e hoje acordei a sentir o peso da idade na cabeça. Para o ano há mais. Em Junho.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Happy Birthday para mim
Ontem não pus aqui os pés que estava demasiado ocupado a celebrar o meu aniversário. Estou a um passo da calvície, dos pêlos púbicos grisalhos e das bolas descaídas em saca enrugada.
Levei com a praxe do costume de ver o meu mural virtual social invadido pelas fotos mais comprometedoras que encontravam no baú, também levei com gatinhos e bolinhos de pessoas susceptíveis ao putedo e não levei no rabo.
O meu melhor presente de aniversário foi saber que a minha chefe ia embora. E mais comentários não irei tecer sobre o assunto porque o mundo virtual é um bidé e eu prezo o meu emprego. Mais ou menos.
O meu segundo melhor presente foi ter encontrado um apartamento para arrendar com tudo bom, à excepção do tamanho mínimo da sala que é perfeita para enclausurar pessoas indesejadas, dar um peido, fechar a porta e vê-las morrer lentamente.
O pior presente foi ainda não ter reservado nenhum restaurante para o meu jantar de aniversário amanhã. Pelo sim pelo não, fiz uma pré reserva no McDonald's.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Carnaval
Mais uma noite de Carnaval se passou, e pelo silêncio que se avista nas ruas, calculo que meia população masculina de Torres acordou com as partes peludas de uma matrafona encostado à cara, depois de uma bela noite de copos.
O país voltou a poder usufruir de tolerância. Eu não. Os outros. No máximo, conseguirei sair a horas de ver um desfile de Carnaval típico português. Daqueles com mulheres roliças em cima dos saltos a tremerem de frio "sambarem" enquanto exibem os seus carnudos e proeminentes mamilos. Tudo ao som da nossa portuguesa Ivete Sangalo.
Ou então vou simplesmente beber copos e usufruir da experiência das partes peludas na cara.
domingo, 7 de fevereiro de 2016
Sunday Life
Em jeito de renovação espiritual (e porque estava aborrecido), resolvi reinstalar aquela aplicação que nos traz o príncipe encantado numa bandeja com juras de amor eterno. Sentei-me no sofá, acendi uma vela, fiz um chá, pus música ambiente, ignorei a minha amiga no sofá ao lado a falar sobre as maravilhas do seu vibrador XL2016, e instalei a dita.
Após selecção criteriosa de fotografias em que não estivesse com algum macaco à porta, pus mãos à obra.
Descobri com esta aplicação que 90% dos meus conhecidos estão solteiros quando pensava que já iam no terceiro filho (ou então estão a brincar além-cerca). Descobri também muitas caras repetidas o que diz muito acerca do sucesso casamenteiro desta aplicação. Alheio às provas irrefutáveis prossegui.
Descobri que 80% dos candidatos andaram na Faculdade de Medicina de Lisboa, pelo que começo a achar que o verdadeiro Trumps está nas instituições do SNS. E já sei que escuso de ir à urgência em dia de Arraial Gay porque ninguém lá está. Se algo me acontecer, tomo um Brufen. Esperar por esperar, espero em casa. Ou no Arraial.
E redescobri que todas as conversas começam da mesma forma:
- Olá
- Olá
- Tudo bem?
- Tudo e ctg?
- Tb.
E é isso. Depois, ou proponho-os em casamento de seguida em jeito psicopata ou falo sobre o tempo. Uma verdadeira emoção isto.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
Quase Carnaval
Ainda não é Carnaval mas hoje já meio mundo se mascara uma vez que com estes governos, tolerância de ponto é sempre uma incógnita. E ninguém quer ter um fato de Cinderela no armário a ganhar pó.
Hoje para celebrar o meu Carnaval em grande, tenho um jantar com os meus dois ex-namorados (update: um já se cortou) e seus namorados. Aos olhos deles, eu vou mascarado de loser porque teimo em não casar com o primeiro que me aparece à frente e ter filhos e cães.
Depois em jeito de celebração, os meus amigos solteiros querem arrastar-me para uma festa na Casa de Horrores (aka Trumps). Queria ir de Elsa do Frozen, mas cheira-me que essa máscara vai abundar por aqueles lados.
Vou mascarar-me de puta que assim só tenho que lavar as partes baixas e estou pronto. Só hoje.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Family Love
- Schnoof, o que se responde a 2 pontos fracos e 2 pontos fortes numa entrevista?
- Sou mal cheirosa e peido-me muito. Por outro lado sou boa a fazer a digestão e sou boa a disfarçar que não fui eu.
Amanhã já lhe pergunto como correu.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Psicanálise barata
Todos nós temos aquela "amiga" no facebook cuja "amizade" aceitamos porque, uma vez por mês, sentimos a obrigação moral de corresponder ao Bom dia enquanto nos cruzamos. Só conhecemos de vista mas, voilá, pedido de amizade. É a lei do facebook.
Mas como eu não sou chibo vou mantê-la no anonimato. Não com nomes falsos do género Dina que já sabemos que se refere à Alexandrina, ou Mitó para Maria Antónia, ou Geraldina Gertrudes que sabemos que é claramente a Rita.
Desenvolvi uma técnica infalível de anonimato (schnoof proof) que consiste em alterar algumas letras do nome verdadeiro e assim a identidade da pessoa fica completamente indecifrável. Falemos então da Margaruda.
A Margaruda usa o perfil do facebook para mandar recadinhos. Não para os 1500 amigos que ela tem. Para uma pessoa apenas. Que provável já a bloqueou.
A Margaruda lança frases "do Ghandi" que retratam o valor das mulheres e o valor que o homem deve dar à mulher que tem ao invés de ir a correr atrás de outra; a dignidade do homem que fica ao lado da mulher (da Margaruda) para todo o sempre.
A Margaruda quando vê que ele ainda não fez like, começa a ficar ressabiada. Eis que surgem as frases que revelam o quanto o homem vai rebolar na lama e vai querer voltar para ela e nessa altura, eu, Margaruda, "não tô nem aí" porque sou feliz.
Quando a Margaruda vê que o destinatário não faz like, assim como 99% dos amigos que começam a sentir-se desconfortáveis em frente ao ecrã, eis que lança frases para o mundo avisando para o "ex?" parar de a chatear porque ela é feliz. Perguntam-se porque é que a Margaruda não se limitou a dizer isso por sms? Porque nunca as recebeu.
Eu não conheço a Margaruda. Já percebi que a Margaruda foi cornuda. Provavelmente porque era muito peluda (?). E ficou choruda. E ressabiuda. Embora para se sujeitar a tanta exposição desnecessária, deveria ficar muda. Para voltar a ser feliz mais depressa. Para voltar a apaixonar-se e sentir-se sortuda. Para bem dela. E para bem dos seus amigos que um dia a irão bloquear porque a Margaruda está a ficar maçuda.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Nunca fui muito bom a fazer as pazes...
Depois deste fantástico episódio, a minha ex empregada (de raça negra - depois entenderão) decidiu que afinal era tudo brincadeira e que afinal os subsídios eram apenas uma tentativa brincalhona de me extorquir o máximo de dinheiro possível.
O meu sentimento de pena fez com que a recontratasse porque, na verdade, ela "precisava de trabalhar". Alheio ao facto de que as próximas limpezas poderão implicar limpeza completa e que poderei eventualmente chegar a casa sem a presença maçadora de móveis e electrodomésticos, decidi apostar na boa vontade da senhora.
"Karine, indique-me o seu IBAN para poder efectuar os próximos pagamentos por transferência"
O meu telemóvel, como tem vida própria, decidiu enviar:
"Katinga, indique-me o seu IBAN para poder efectuar os próximos pagamentos por transferência"
Pelo sim pelo não, vou enfiar a Bimby no cofre...
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
33 anos depois, percebi o que significa "ter um ar fodível"...
Hoje tinha tudo preparado para uma noite calma de jantar, chá e um livro. Como sou o exemplo vivo do homem dos planos furados, a minha amiga teve uma ideia luminosa.
Orgulhou-se do facto de nunca ter ganho nada na vida e, logo hoje, ter ganho uma análise gratuita à água caseira. Não lhe querendo estragar a alegria de viver, não quis mencionar que a única água que ela ganhou foi um balde de água fria.
O senhor lá chegou com o seu laboratório de análises às costas e ávido para investigar, sem qualquer custo, se a nossa água sai da torneira com moléculas de fezes. Não que me espante a água vir com vestígios de fezes uma vez que já lambi muitos cus, mas o senhor estava a deixar bem claro que isso era uma coisa má. Remeti-me ao silêncio.
O senhor falou em cloro. E em calcário. Muito calcário. Perguntou se sentia a pele ou as mucosas secas após o duche. Sabia que ao dizer que sim, eu ia abrir as portas a uma gama de televendas piores que a festa do tupperware. Respondi-lhe que lavo-me com óleos. Por algum motivo que eu desconheço, o senhor continuou a achar que eu era heterossexual.
(Na verdade lavo-me em óleos e quando tenho os lábios secos, uso o labello da minha amiga. Excepto quando aquilo sabe a pila. Aí como-o. Achei melhor não dizer isto em voz alta.)
O senhor fez os testes. Engoliu em seco quando percebeu que a nossa água da torneira não tem calcário. E fingiu que éramos cegos quando percebemos que a água da torneira tinha um pH neutro perfeito, ao contrário da água "especialmente tratada" que tinha um pH ácido. Ainda fiquei na dúvida se a intenção do homem era provocar-nos úlceras para depois impingir-nos embalagens caríssimas de omeprazol.
Não compramos porra nenhuma. Duvido que ele tenha ficado surpreendido uma vez que não estávamos propriamente a deitar gotas de entusiasmo com tudo aquilo. Posteriormente preenchemos um questionário sobre... colchões (?!) e depois o senhor lá começou a pedir contactos de amigos para analisar as suas águas. Momento este em que fingi que estava a receber uma chamada importantíssima. Depois pensei na noite que a minha amiga me tinha acabado de foder, e na quantidade de vezes que os meus amigos já me foderam a vida ao longo dos meus 33 anos, virei costas e entreguei-lhe a minha lista telefónica completa.
Boa noite.
domingo, 31 de janeiro de 2016
Problemas de uma pessoa pouco asseada
Ao contrário de todas as exigências curriculares e certidões e entrevistas que me exigem quando me candidato a um trabalho, não sou nada exigente quando contrato uma empregada doméstica.
Provavelmente porque as admiro uma vez que conseguem fazer coisas completamente fora do meu alcance de competências, como limpar e passar a ferro, sou pouco exigente com todos os trâmites da contratação.
Se são responsáveis, não badalhocas, não me roubam os vibradores e não dão bufinhas pela casa enquanto aspiram e já me considero um patrão cheio de sorte. Não lhes peço recibos, não sou exigente com a hora de entrada e de saída, nem sequer lhes peço para me fazerem broches; enfim, um santo, eu.
Mas não há nada que me dá mais vontade de enfiar uma vassoura embrulhada em farpas pelas suas coninhas acima quando me telefonam após duas semanas de trabalho a pedir subsídio de férias e de Natal senão "não têm que comer enquanto (estou) de férias".
Voltei à estaca zero: procuro empregada. Ou uma puta que não tenha que fazer durante o dia e saiba limpar. Essas ao menos não pedem subsídios. Ouvi dizer.
sábado, 30 de janeiro de 2016
Saturday Night Boogie
A melhor gratificação que um cidadão trabalhador pode ter é chegar ao fim-de-semana, com planos para jantar fora e encher o corpo de banha, beber copos até o fígado gritar clemência e foder até a pila perder a forma (ou o cu).
O pior que poderia acontecer é estar com boa saúde durante toda a semana e na sexta-feira começar a chocar uma gripe daquelas que não permite os prazeres mencionados acima.
Eu sou o caso número 2. Puta que vos pariu a todos.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Relatório de Vizinhança
Quando me mudei para esta casa onde habito, o edifício era quase deserto. Um escritório de advogados, a casa de um pianista e pouco mais. Era um edifício sossegado e livre de tentações badalhocas.
Passados alguns meses, a minha amiga (a única badalhoca do prédio), chegou suada a casa referindo que tinha avistado um lindíssimo pedaço de carne masculina a sair do elevador com ar de residente de fresco. (Ainda não percebi se ela estava suada devido às elevadas temperaturas de Novembro ou se estava simplesmente húmida pelo encontro).
Como eu gosto sempre de saber quem são os meus vizinhos, apressei-me a correr ao andar de cima perguntar se tinha vindo o senhor da EDP tirar as leituras do contador.
Há dias convidei um amigo a vir cá jantar. Quando ele saiu referiu que tinha encontrado um giraço no prédio. Pela descrição era outro.
Esta semana já avistei três pedacinhos gulosos a entrar, sair, passear o cão, etc. Ou inauguraram uma república no andar de cima, ou está um bordel qualquer em funcionamento. Seja qual for a hipótese, acho que estou a viver no andar errado.
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
A única notícia do dia que se aproveita
Se achavam que o papel do Bloco de Esquerda neste país era só exibir meia dúzia de cartazes a defender práticas homossexuais, abortos, prostituição e uma série de temáticas retiradas da Pasta "Deboche", desenganem-se.
Na próxima legislatura, as Dinas do Bloco querem legalizar o cannabis. Com lojas, impostos e tudo o que têm direito. Incluindo estudos da Deco para os vários tipos de Cannabis com direito a "Escolha Acertada". E claro, com direito a toda a população através de marcas como Continente e "e". (A julgar pelos últimos produtos "e" que tenho comprado, neste caso deve incluir direito a diarreia).
Para todos os consumidores destas ervas aromáticas, já não será preciso colocar a vida em risco com idas nocturnas a becos escuros urinados, nem com o consumo de ervas de pastos de Mafra secas ao sol. Este cannabis será certificado. Legalizado. E disponível para qualquer contribuinte ao lado dos orégãos.
Isto tudo para dizer que estou farto de estar no trabalho e dava tudo para estar em casa. Poderia ser com cannabis apesar de ter deixado de fumar. Ou preso numa cadeira a ver as Kardashians durante 16 horas. Tudo menos aqui.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Logo hoje, Cavaco decide trabalhar.
Em 2013 escrevi isto sobre a adopção por casais homossexuais. Estamos em 2016 e o tema já enjoa.
Cavaco Silva hoje decidiu após anos de mandato, fazer o trabalho de todo o mandato num só dia a minutos de fazer as malas: vetou o diploma da adopção por casais do mesmo sexo e, ironicamente de forma simultânea, as alterações à lei do aborto.
Não é que eu queira as crianças, que nem plantas sobrevivem nas minhas mãos; nem é que os que estão contra os queiram porque apesar do tempo que a coisa demora, eles continuam amontoados nas instituições por falta de candidatos.
Assiste-se tranquilamente a reminiscências do ego infantil: eu não quero o bolo, mas tu também não comes - vai para o lixo. E perante este tipo de atitudes, muitas crianças assistem aos dias a passar. E eu assisto a decisões serem tomadas sobre a vida dos outros, com vergonha alheia do mundo.
Fiquem com elas. Ou melhor, não fiquem. Que ninguém fique.
Portugal 1139 - 1140
domingo, 24 de janeiro de 2016
Não sou analista político.
Enquanto preparava um belo rolo de carne, sem certezas ainda do orifício onde o iria enfiar, a televisão cá de casa esteve ligada.
Percebi que Marcelo tinha ganho. Tive pena que ele não se tenha sentado com a Judite de Sousa a comentar esta vitória, até porque estou sem livros para ler e aguardava sempre com muita antecipação a sugestão de um livro sobre a Migração dos Milhafres da Mongólia ou o Diário de uma antiga cozinheira de Marcelo Caetano.
Percebi que o Tino de Rans teve quilos de votantes e que Maria de Belém teve votantes à sua altura. Com um bom branqueamento dentário, Tino teria ganho ainda mais votantes. Felizmente, há ainda muita abstenção. Em vez de criticarem a tamanha abstenção, agradeçam-na porque pelo andar da carruagem a próxima Presidente poderá ser a Vaca que Ri.
Percebi que António Costa congratulou Marcelo mas deu uma naifada à abstenção pela perda de sentido democrático. Ele está a referir-se à democracia que lhe valeu o lugar de Primeiro Ministro após o país não ter votado no partido dele.
Percebi que o país vai deixar de ter uma Cavaca. Isso sim, foi a derrota da noite.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Relatório "Minoritário"
Mais um conjunto de nomeações para os Óscares este ano e mais uma polémica. Como todos os anos se geram. E para isso, basta geralmente uma pessoa ou conjunto de pessoas não ser nomeada para o ressabianço vir ao de cima. É como vir cá a Cicciolina e deixar que todos a comam. Menos tu. Dói, eu percebo.
Este ano, a polémica envolve pessoas de raça negra. Nenhum preto foi nomeado. É racismo. Como acontece aliás sempre que há qualquer selecção e nenhum preto foi considerado. Podia até ser uma entrevista de emprego para um cargo com 10 mil candidatos. Se 9999 candidatos eram brancos, um era preto, e o único seleccionado é branco: é racismo.
Deixem-me elucidar-vos do que é racismo ou outro tipo de -ismo qualquer. Partir-se já do pressuposto que se se é preto, moreno, chinês, gay, ou monstruosamente obeso, deveria à partida ter prioridade. Ou pelo menos criar-se um sistema de quotas só porque se nasceu assim (ou porque se é cliente VIP do McDonald's no último caso). Não importa se não tem talento, se não reúne todas as condições curriculares, etc. Se é preto, deveria estar logo no Top 5. E quem se fode? Os brancos porque não nasceram pretos. E voltamos ao mesmo.
Não vi nenhum filme com actores de raça negra no papel principal este ano, portanto não consigo julgar se efectivamente haveria alguém digno de ser nomeado. Embora muitos que criticam também não sugerem exemplos merecedores. E com base no meu histórico de filmes, não me parece que nomear Eddie Murphy pelo Professor Chanfrado para os Óscares de 2016 seja viável. Ou talvez seja. Porque é preto. E tem que ser considerado.
Mas não mencionam o facto de haverem inúmeras cerimónias de prémios da música APENAS para pretos. Os brancos, só por serem brancos, nem podem ser considerados...
Se nos focássemos no talento, em vez da cor da pele ou das opções de com quem cada um fornica, talvez deixávamos de levantar falsas questões. Também não nasci com 40 cms de pau grosso e não ando por aí de cartolina nas ruas a gritar por justiça peniana. Nem a sugerir que cortem os deles para ficarmos todos iguais. Até porque toda a gente sabe que tenho 50...
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Enquanto não entramos em período de reflexão...
Domingo aterram mais umas eleições presidenciais para aquele cargo bem pago que muita gente não percebe bem o que faz além de representar o país em galas contra a poluição e consultadoria para decisões difíceis. Um misto entre bibelot e puta má.
Tal como muita gente, assim vejo o Presidente da República. Por esse motivo, entre desenhar um caralhinho com pêlos e votar Tino de Rans, pensei no último. Mas como pessoa solteira na era da globalização, tenho algum receio que ter o Tino como cartão de visita do país resulte numa redução marcada no turismo homossexual.
A Maria de Belém é pequenina como a sardinha, pequenina como o país, e pequenina no parzinho de maminhas que ostenta. Mas ainda hoje mencionou em entrevista que não abdica dos seus direitos monetários que não são nada pequeninos. E até já pensa em subvenções vitalícias quando ainda nem a elegemos Presidenta. Acho muito bem que não abdique dos seus direitos quase imorais, mas em nome dos meus direitos, vou exercer o direito de não votar nela.
Já pensei na Marisa que até tem ar de boa mocinha mas depois quando anuncia que dá "uma por todos", fico com algum receio. Nunca se deve confiar em alguém que se compromete a foder com todos de forma indiscriminada sem qualquer critério de selecção, mais não seja pela higiene. Ademais, já tive experiência enquanto cidadão de um país onde uma só pessoa nos fode a todos. E não gostei muito.
O Marcelo anda nisto há anos mas, além de passar 22 horas do seu dia a ler livros e ainda rezar um terço todos os dias, tem tido um papel importante na educação política da população portuguesa ao lado de Judite de Sousa que tem tido um papel primordial na educação estética da população feminina, todos os Domingos, minutos antes da Casa dos Segredos. E nós não queremos viver sem tudo isso.
Depois há os outros.
E depois há o meu Pai. Não se candidatou mas dava 5 a 0 a essa merda toda.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Segredos que mudam vidas
A minha amiga tem a casa cheia de todo um conjunto de produtos de beleza, maquilhagem, cremes de cacau, aguas desintoxicantes da Malásia, ácidos desentupidores de canos, etc. etc. que desconheço para que servem. Sei que os tem. E em quantidade suficiente para perfumar um comboio da linha de Sintra em hora de ponta. Não obstante, com toda aquela parafernália questiono-me porque é que os peidos dela continuam simplesmente a cheirar a peido.
Hoje encontrei umas bolinhas douradas ao lado da banheira por entre cem outros produtos. Não sendo bolas suficientemente grandes para fazerem de bolas tailandesas, tive a epifania de que pudessem tratar-se de sais ou óleos de banho dada a sua localização estratégica na casa de banho.
Doze horas depois da minha experiência deep fry em óleo aromático, quando passei os dedos pelo rego anal, concluí que os dedos cheiravam unicamente a rosas. Corrijo; todo o meu cu cheirava a rosas. (Não é relevante o porquê de andar a fazer swipe com os dedos no rabo).
E finalmente descobri porque é que os peidos da minha amiga cheiram a peido: simplesmente porque ela é preguiçosa.
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Apps. Nunca são demais.
A cataplana de aplicações para engatar / casar / copular / drogar para tirar um rim, é cada vez maior e qualquer dia não teremos mãos a medir com os pretendentes disponíveis pelo universo aplicativo fora.
A não ser que se seja feio. Aí a única aplicação que vos poderá salvar é o photoshop.
A vantagem de haver cada vez mais aplicações de engate é a da possibilidade que estas têm em introduzir novas funcionalidades em relação ao seu antecessor. E assim sucessivamente até conseguirmos uma app que permite fornicar com o nosso match, sem termos de sair das nossas casas. Ou dos nossos pijamas.
A mais recente adição ao mundo do catálogo de noivas, chama-se Once. E o que é que esta app nos oferece de novo? Atracção sexual fidedigna.
Aparentemente esta aplicação mede os nossos batimentos cardíacos enquanto olhamos para a foto do nosso futuro cônjuge. E só nos emparelha com aquela pessoa caso o nosso coração salte da caixa torácica. A não ser que estejamos nervosos porque acabamos de dar uma bufa em público. Aí também emparelhamos.
Ou porque simplesmente somos doentes do coração. Aí emparelhamos. Também.
Nunca experimentei mas creio que o mais fidedigno para a população masculina seria uma app que medisse o entusiasmo peniano. Mas eu não percebo nada de informática.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Monday Notes
Já comecei a falhar com a escrita diária no blog. Nada que me surpreenda uma vez que nunca cumpro as minhas resoluções de Ano Novo.
Não é que tenha andado muito entretido, que até tenho, mas não se passa nada de interessante no mundo.
Ontem vi mais um filme na corrida aos Óscares: Spotlight. Descobri que 6% do clero mundial come criancinhas entre eucaristias. Sinceramente, pensei que fossem mais. E sempre achei que já todo o mundo sabia mas pelos vistos não. Aliás já o meu maricómetro apitava quando acordava de manhã cedo por obrigação dos meus pais para assistir à missa do Padre João. O Padre João nunca me enganou. Felizmente nunca me candidatei a sacristão senão neste momento a minha história de vida seria outra.
E infelizmente nem todas as paróquias tiveram esta sorte:
domingo, 10 de janeiro de 2016
O Dever público de informar a um Domingo à noite
Uma das minhas colegas de trabalho assume não ser um ser extremamente sexual. Contrariamente aos desejos do marido, a minha colega pica o ponto mensalmente provavelmente para não assumir que uma vez por ano seria mais que suficiente. E não gosta de broches. Especialmente se tiverem um "travo a mijo".
Entretanto em conversação com uma amiga, decidiu comprar um frasco de um produto chamado geleia africana. Aparentemente ao barrar aquele milagroso produto nas mucosas inferiores, ela desejou que a possuíssem, que a penetrassem, ou que enfiassem um sofá, uma enxada ou qualquer coisa para apagar aquele fogo. Qualquer coisa.
Depois do relato de uma noite louca, esta minha colega com claras aptidões para televendas, convenceu meio mundo a comprar esta geleia. Eu também comprei. O que é de certa forma estúpido uma vez que sofro de excesso de líbido. Felizmente a geleia não funcionou comigo. Ou pelo menos nada que eu nunca tivesse sentido antes. Já as minhas outras colegas, aprovam o produto.
Como este é um blog de forte cariz de ajuda ao público, fiz o meu dever de informar. Infelizmente, não vendo este produto. Terão de o procurar por aí. Mas vendo malaguetas com sementes.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Palavras do Senhor
A minha mãe costuma participar em actividades paroquiais como festas de angariação de fundos, coro da Igreja, ler as leituras, etc. Esta última só se torna problemática, e nota-se a azia na sua cara, quando lhe calha a leitura das "esposas, sede submissas aos vossos maridos".
Felizmente ela não assistiu à missa de Bráulio Rodriguez em Toledo, que constatou que "mulheres que morrem vítimas de violência doméstica têm culpa no crime". Razões utilizadas para justificar isto prendem-se com o facto de a mulher não acatar as ordens / exigências do marido. E, como optam por não o fazer, os maridos, compreensivelmente, matam-nas.
Esta espécie pertence ao grupo de seres humanos que alega que a culpa de alguns animais estarem em vias de extinção é dos vegetarianos por comerem a relva toda do planeta. Ou que a culpa do efeito de estufa é de existirem cada vez mais homossexuais. Porque sim.
São raciocínios lógicos feitos por pessoas que ao invés de sinapses, estabelecem ligações através de canos de esgoto. E perante uma arquitectura cerebral destas, nada podemos fazer a não ser anuir e emanar compaixão. E rezar que o karma não seja puta e que a mãe do senhor padre não ouse não acatar as ordens do marido.
Amén.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Coisas que não faziam parte dos meus objectivos 2016
Eu estou em crer que existe uma larga percentagem de pessoas não contabilizada pelos últimos Censos, que gosta de fazer sexo no carro. A julgar pela quantidade de carros parados na Marginal a ver o mar com elevado grau de nevoeiro, diria que era bem larga.
Antigamente, era algo que até achava interessante, quer pela falta de casa, quer porque os filmes diziam que era fixe. E sempre dava alguma utilidade aos meus genitais pubescentes que não apenas fazer xixi.
Ontem fui com o meu namorado de Janeiro jantar a casa de uma amiga. E bebemos. Vinho. E vinho deixa-me erecto, não posso controlar. Independentemente de ambos ter casas, paciência não é o meu forte e achei que ali dentro do carro em frente à Igreja era o local ideal.
Descobri que:
- Nunca poderia seguir a carreira de contorcionista no Cirque du Soleil;
- Uma manete de mudanças na nádega dói;
- Devemos ter medicação para o torcicolo no dia seguinte;
- Estofos de pele devem ser critério na escolha de qualquer carro;
- Toalhitas ou lenços no carro são um bem essencial. Ou Coca-cola. Uma das duas.
- Já não tenho 17 anos.
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