Não houve Pingo Doce. O que acho mal. Não volto lá a por os pés. Acho indecente privarem-me de uma batalha de sacas de farinha com as ciganas.
A modos que como não houve festa no Dia do Trabalhador, limitei-me a celebrar o dia: trabalhando. Enquanto isto está a passar Backstreet Boys no meu spotify (estou em modo aleatório) o que faz com que tenha gradualmente cada vez menos amigos no facebook.
A minha vida tem-se passado no maior dos desinteresses, impassível de ser relatado e entreter seja quem for. Às vezes penso na possibilidade de inventar um boato mas não tenho tempo para passar em tribunais a ser processado. Resta-me inventar sobre a minha pessoa.
Hoje estava eu a passear no meu Porsche Carrera pela cidade, com o meu estilo James Dean inconfundível e a emanar vontade ao mundo de quererem fazer sexo com a minha pessoa, de tão bom que sou. O meu redondo e apetecível cu roçava no assento de cabedal como quem não estava nem aí para o olhar de desejo das pessoas. Enquanto isso o vento fazia-se soprar por entre os meus muitos cabelos loiros e sedosos, capazes de fazer concorrência a qualquer anúncio da Panténe. A minha longa pila carregava no acelerador enquanto descansava os pés e fui-me fazendo estrada fora.
Decidi estacionar numa área de serviço deserta, no meio do mato, para sorver um Calipo neste dia de calor abrasador. Rapidamente tirei a minha t-shirt suada para espremer a água enquanto o sol brilhava nas gotas de suor dos meus peitorais pulsáteis e irrequietos e passava com a mão pelos meus 8 abdominais tesudos na tentativa de limpar a transpiração que me punha o ar oleoso de quem escorrega em qualquer superfície.
Nisto surge um James Dean II ligeiramente mais belo que eu, e ligeiramente mais bem constituido e com um corpo ligeiramente mais sexy. Como que à procura do seu iphone 5 no bolso, passava a mão pela genitália como se lá guardasse o Génio na lamparina. Lamparina é dizer pouco. Parecia guardar ali uma valente garrafa de Moet & Chandon prestes a rebentar a rolha. Eu queria é que ele me rebentasse a bolha, mas isso agora não interessa nada.
Os seus penetrantes olhos verdes, quase tão penetrantes como aquilo que trazia escondido nas cuecas, fizeram-me corar. Ligeiramente. Um corar propositado de quem foi apanhado a pensar em como era bom ser atirado contra a parede que nem uma lagartixa. James Dean II aproxima-se de mim e comenta enquanto olha para os meus peitorais frenéticos, "está um belo dia de sol". Eu coro e respondo, "com este calor precisava era de qualquer coisa fresca" e rapidamente olhei para baixo dedicando-me à minha hábil tarefa de sorver cada bordo do Calipo com os meus ternos lábios.
James Dean II agarra-me pela mão e leva-me para o meio do mato. Atencioso, pensei eu, uma vez que tentava encontrar sombra para me refrescar. Nisto, o senhor puxa da sua lamparina mágica gigante a brilhar tal era a vontade de me conceder três desejos. Sem dar por isso, o meu calipo caiu no chão porque não cabem duas coisas na boca ao mesmo tempo. E fizemos sexo escaldante tal como qualquer romance Harlequin promete, enquanto os nossos corpos suados rodopiavam ao sabor das folhas caídas transormando a terra árida em lama húmida.
Na verdade tive um dia de merda a trabalhar mas que se foda, o blog é meu. Eu conto as histórias que me apetecer.
7 comentários:
Inventa lá o boato à vontade, que haverá sempre quem te defenda :-D
eu mato.m a rir cntg!!ahaha
sonha sonha :)
brutal, literatura da BOA!
Podias escrever um livro, ou umas crónicas!
Parabéns pelo blogue!:)
Pela escrita, pelo estilo irónico e criativo!
Gostei! :)
Envia esta historia para a revista Maria que passa a ser verdade.
Adorei a tua versão das 50 sombras de Grey...Hilariante!
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