sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Roteiro Gastronómico São Miguel

Ontem foi o dia de ir comer o cozido às Furnas, como parte de um roteiro gastronómico que quiseram fazer conhecer aos futuros sogros da minha irmã. Apesar de não gostar muito de cozido (nem à portuguesa, nem à açoriana), lá fui e até comi. À excepção do inhame que para mim não é mais que uma batata mole com pintelhos.

As pessoas quando me perguntam pela gastronomia regional (São Miguel) optam sempre por arriscar a morcela com ananás acabando alguns por gostar, outros por vomitar; e o inhame com molho de pimenta em que acabam unicamente por vomitar. De forma que para todos os interessados em vir a São Miguel comer comida regional aqui vai a minha escolha. Eu, crítico gastronómico doutorado pela Lusófona, porque já comi muita merda na minha vida, aconselho:

- Bife à Regional: todos os restaurantes vão oferecer esta iguaria e vão sugeri-la com a língua a passar pelas beiças como se fosse a meita do Beckham. Vale a publicidade: trata-se de um bife alto e suculento embebido numa vinha de alhos típica que faz querer lamber o prato (como se fosse a m...). Sugiro o Alcides mas qualquer restaurante oferece isto e é difícil falhar;

- Lapas Grelhadas: nem todos os restaurantes fazem isto como devem ser e acham que pelo facto das lapas serem do mar, eu tenho que levar com o musgo na boca. Gostaria de saber se têm a mesma teoria quando lambem um cu e se tenho que levar com... Bem, estava eu a falar de lapas.
As lapas querem-se lavadas, sem areia e depois regadas com alho e um molho de manteiga em ponto de fervura. Têm a consistência do clítóris de uma velha, mas bem confeccionado é qualquer coisa de divinal.

- Pizza d'A Paparoca: não há ninguem que sabe fazer uma pizza tão boa como A Paparoca. Os italianos inventaram-na mas os açorianos aprimoraram-na. Porque aqui não é como no Algarve: as vacas daqui dão o leite, em vez de bebê-lo; leite esse que se transforma em "quêje" da ilha. Podem pedir com o que quiserem ou apenas com "quêje". Numa Paparoca perto de si, que aqui há muitas.

- Cachorros da Avenida: há muitos anos que os cachorros quentes dos Açores conseguem ser os melhores do mundo e arredores (com a promessa que vêm d'Ámérica). Actualmente não vêm da América que se há coisa que se confecciona bem aqui é salsichas. Claro que seria injusto se dissesse que eram todos bons. São na verdade todos MUITO melhores que qualquer cachorro por esse mundo fora, mas ninguem ganha os cachorros da banca do Maurício (pronuncia-se Márisse).
Localizado na Avenida, na esquina da praça das Portas da Cidade; inconfundível pelos seus óculos de elevada graduação e pela rapidez com que faz um cachorro e claro, pelas filas que lá se geram enquanto os "colegas" do lado ficam a apanhar moscas à espera que algum turista caia na tentação de um cachorro de segunda categoria em troca de atendimento imediato. Não se deixem intimidar pelo ar esquizofrénico de alguém que faz cachorros com o sorriso de quem atingiu a realização profissional e, claro, de quem ganha dez vezes mais que eu num dia. 2,5 euros, tornou-se um must have da cidade.

Amanhã não percam: os melhores locais para foder na cidade sem esparramar com as nalgas em bosta de vaca.

2 comentários:

XL disse...

Esqueces te um promenor:
A costoleta de novilho...recomendo a da Churrasqueira Favorita na Rua de Lisboa.

Pink World Fabuloutin disse...

Agora fiquei com vontade de experimentar o Márisse... ;)