quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Há comentários mais estúpidos do que a Casa dos Segredos

Tornou-se agora um cliché generalizado, dizer-se que é mais burro que os próprios concorrentes quem fica a ver esses programas (digo Casa do Putedo). Depois de clicado no nome desses "comentadores", traça-se o perfil pelo que escrevem que ora trata-se de gente altamente parola, ora de auto-intitulados pseudo intelectualóides que esforçam-se por se distanciar da restante escumalha, abraçando programas da RTP2 que incluem shows de dança contemporânea barata, aka ataques epilépticos pelo palco (o movimento artístico preferido de quem não sabe dançar mas insiste em proclamar-se artista).

Eu questiono-me se o facto de votar nos políticos e assistir a debates políticos faz de mim um corrupto; se ver os Ídolos faz de mim um grande cantor ou se ver o filme Pretty Woman faz de mim uma puta. Sinceramente, não percebo a analogia. Mais vale então assumirem que quem vê futebol é tudo oco da cabeça, a julgar pelos jogadores. Mas ninguem pensa nisto, pois não. Aliás ninguem pensa sequer quando faz estes comentários não é? Mas prontus, está na moda dizê-lo porque torna as pessoas bué da espertas. Não: faz de ti uma pessoa burra que nem pensas na analogia que estás a fazer. Se não gostas, isso já é outra coisa: aí já é uma questão de opinião própria, mas às vezes é difícil ter uma não é? Queremos parecer fish fixes não é? Eu quando não gosto de algum programa, simplesmente mudo de canal. Oops, revelei o quarto segredo de Fátima.

Mas nem é isso que me faz espécie, porque com gente parva convivemos muito. É a veemência quase exaltada a roçar a loucura, com que as pessoas defendem isso nos seus comentários. Como se a vida delas dependesse do facto de alguém ver ou não a Casa do Degredo. Às vezes tenho medo mesmo pela sanidade mental dessas pessoas, porque temo que se não mudar de canal, as pessoas que estando a quilómetros de distância da minha casa, ir-se-ão atirar da janela abaixo, tamanha angústia.
Checklist para este Natal: arranjar uma vida ao invés de ter um ataque de asma com a escolha televisiva dos outros.

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