sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Roto e o Nu

Gosto de ir a praias paradisíacas e pouco pisadas. Praias de difícil acesso para afastar as multidões. A descida faz-se através de uma corda, não aconselhada a portadores de problemas de varizes ou pernas de presunto. Hoje, porém, o mundo descobriu a "minha" praia.

Cheguei e deparei-me com pirilaus e snaitas todas expostas, sedentas de uns raios de sol para um bronzeado homogéneo. Os pirilaus saltavam enquanto jogavam raquetes e as snaitas arregalavam-se enquanto sentadas de pernas afastadas.
Não tenho problemas com o nu dos outros, muitos dos quais desejaria que se tivessem mantido tapados para não estragar o meu eterno imaginário.
O que me faz confusão é o facto de eu não querer estar nu. E convenhamos que, estar de calções no meio de nudistas, faz pairar um ambiente estranho. É como se eu estivesse a esconder que tenho lepra nas partes. Isso ou o eterno problema do pénis pequeno (sofro da patologia contrária, atenção). Portanto, hoje mantive-me empacotado alheio a quaisquer pensamentos sobre as inúmeras deficiências que o meu Van Gogh poderia estar a padecer.

Um dia vou-me despir na praia para que a minha obra de arte possa ser apreciada. Hoje ainda não é o dia.

Atenção: os exemplares da foto não estavam na praia, nem os seus semelhantes senão OBVIAMENTE que não estaria por aqui a queixar-me.

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