quarta-feira, 20 de abril de 2011

Planeta Mãe

A minha mãe anda há dias para me telefonar. Eu finalmente consegui atender no meio de trabalhar 16 e 24 horas e com algumas horinhas de esquecimento também, confesso.
Mas ainda bem que finalmente consegui fazê-lo. Ao explicar-lhe a situação que estava por detrás do despedimento de uns colegas e de professar que nada é garantido agora com o belo do éfémí, eis que percebi finalmente que a minha mãe vive noutro planeta, na sua bolha. Estamos a falar de alguém que enveredou pela área económica, mas desconhece o que se está a passar no país. Transcrevo alguns excertos:
- Mais cortes nos ordenados? Mas não bastaria impor novas taxas sobre bens de segunda necessidade?
- A Maternidade anda a pedir dinheiro às pessoas?
- Despedimentos na função pública?
- Acabar com os subsídios? As pessoas vão p'ra onde? Coitadas...

E achei que estava na hora de "rebentar a bolha" onde vive a minha mãe, longe de tudo o que se passa, felizmente com a vida mais que assegurada, sem preocupações com despedimentos ou qualquer outra coisa relacionada com a vida económica de Portugal, preocupada apenas com os filhos que podem sempre candidatar-se ao emprego "fazer companhia à mãe".

Achei que nem devia falar na troika, não fosse a senhora perguntar o que é que a Perestroika tem a ver com tudo isto?

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