terça-feira, 15 de março de 2011

Portugal: Um país de pão, leite e golfe.

Ora que ontem à noite, pus-me a ver televisão. Farto de ouvir quem discursava, e enquanto vestia o casaco para ir à Braamcamp enfiar um pau incandescente pelo cu acima de um conhecido meu, eis que leio com atenção os rodapés:

"IVA sobre relvados de golfe baixam de 23% para 6%"

Pois até que enfim uma lufada de ar fresco na nossa bolsa! Um verdadeiro desafogo! 
Logo agora que estava com as pernas tremidas por me tirarem o subsídio de férias com este novo pacote, perguntava eu "e então o lazer"? 
E Sócrates responde-me com esta fantástica boa nova: O golfe, aquele tão conhecido entretenimento do proletariado
Estava mesmo na frente das nossas caras a solução para a crise, e nós a ignorá-la e a atirar areia para os olhos com questões de desemprego. Estou-me a sentir agora um bocado ridículo, agora que penso na missão que fiz pela AMI e levei vacinas contra a malária em vez de bolas de golfe. Oh criaturas africanas de Deus, perdoem-me que eu na altura era ignorante e não sabia o que fazia.
Pobres do meu coração lá do alto das Galinheiras, podeis respirar de alívio que agora jogar golfe é mai barato que beber uma mini.
E agora que finalmente encontramos a saída para esta crise, espero que o governo não se ponha na sombra da bananeira a disfrutar dos seus feitos: agora é que é momento de arregaçar as mangas e ide reduzir o IVA sobre os Bentleys, os condomínios da Quinta da Marinha, os jantares no Olivier e todos esses hábitos de pobres que recebem o ordenado mínimo e não têm como pagar esses bens de primeira necessidade, como jogar golfe em Vilamoura.

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