Querido Diário que nunca tive porque a minha mãe era uma bisbilhoteira e se lesse o que eu andava a fazer aos 16 anos, ter-lhe-iam caído os dentes;
Hoje não fiz um peidinho. Também não dei nenhum porque assim que me deu vontade dirigi-me de imediato aos meus sanitários pessoais. Lá, nos meus sanitários, enquanto o meu nalguedo se moldava à fina porcelana da Sanitana, começou a chover lá fora e em cima de mim. Ora como eu não cago na rua, depressa percebi que algo não estava bem. Olhei para cima e tinha água a pingar do tecto o que, financeiramente, agoira sempre algo de espectacular. Telefonei ao senhor engenheiro que é como ele se auto intitula, apesar de ter um domínio da língua portuguesa como se a licenciatura lhe tivesse passado ao lado. O mestre de obras ingenheiro (ainda vou tirar isto a limpo) disse-me que se eu telefonar amanhã e a gente combinássemos uma horinha para ele me dar uma espreitadela e a gente vermos donde vem aiágua.
Depois de assentir, lá limpei o rabo mas não muito que a seguir ia tomar banho. Abri a torneira e olhei para os pingos do tecto e considerei seriamente fazer face à crise e aproveitar as gotas para tomar duche. Depois lembrei-me que o tecto não dá água quente.
Decidi fazer o almoço e descongelei bolonhesa no micro-ondas, mas aquela merda teimava em não descongelar. À hora que descongelou, tinha que sair para ir trabalhar a modos que enfiei tudo num tupperware para depois ir jantar e fui trabalhar sem almoçar. Agora compreendo o que é a fome.
Tomei café com uma amiga minha e a ver se arranjava algum ponto alto no meu dia, perguntei-lhe como ia a vida sexual dela, ao que ela respondeu-me que tinha pinado na terça-feira pela última vez. O que tornou a tarde mais deprimente.
Nesta última hora, tenho estado à pancadaria com o telemóvel a ver se os meus angry birds matam os porcos.
Agora recebi o meu presente de Natal atrasado de uma colega de trabalho: umas cuecas azuis e rosa, que me teriam dado tanto jeito nas minhas inúmeras rendições da Celine Dion nas noites do travesti no Finalmente.
Diário, obrigado por tu existires porque assim lembrar-me-ás, a vida merdosa e inútil que às vezes levo neste planeta chamado Terra.
Diário, obrigado por tu existires porque assim lembrar-me-ás, a vida merdosa e inútil que às vezes levo neste planeta chamado Terra.
P.S. Eu não tenho nada para dizer, e muito menos que fazer. E vocês também não que vêm cá ler esta merda em vez de estar às voltas com uma obra clássica como os Cem Anos de Solidão, que deixa uma pessoa bêbada de tentar lembrar-se quem é quem naquela história transsecular em que todas as gerações se fecundem milagrosamente umas às outras.
2 comentários:
Oh mas aqui há menos incesto, mais risota e menos Aurelianos e Amarantas.
não te esqueças de ligar ao inginheiro! ;)
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