terça-feira, 25 de agosto de 2015

A arte indomável de copular

Há dias encontrei uma pessoa que, dada a sua pouca experiência no ramo da actividade sexual, mostrava-se claramente nervosa com o trabalho em mãos. Nunca me preocupei muito com esse aspecto uma vez que:
1- nasci com o dom;
2- opto pela máxima do "deixa fluir" e geralmente não me dou mal;
3- masturbo-me mais do que a dose diária recomendável.

No entanto consigo compreender as razões que levam um "novato" a transpirar de antecipação ao rating da sua performance. Até porque antigamente, as nossas avós não liam revistas que as pudessem elucidar se o nosso avô era uma excelente queca ou se estava na altura de mudar de parceiro. Não havia o medo de ser julgado pela performance.

Hoje em dia, não há revista que não nos ensine as 5 melhores acrobacias para atingir o orgasmo máximo, mesmo que isso implique estar de cócoras com a perna esquerda semi-levantada enquanto equilibra um livro no calcanhar.

Hoje em dia, não há filme ou série que não retrate o acto sexual como uma maratona louca de gemidos em crescendo, com unhas encravadas na carne do parceiro como se se tratasse de algo incontrolável, terminando numa apoteose estrondosa de guinchos, olhos revirados em descontrolo e uma sensação de pré-desmaio que leva nos a crer por segundos na sua morte.

Até a literatura bestseller sugere aos mais iniciados desta prática tão espicaçada e sobreanalisada, um rodopio de cambalhotas, duas pirouettes e uma roda acrobática, seguido de três vassouradas, um par de algemas e um aparelho de choques ligado aos mamilos.

Portanto sim, de certa forma consigo compreender a ansiedade antecipatória ao acto. No final, com todas as teorias à nossa disposição, acabamos por simplesmente foder.

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