segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Complexidade Tecnológica do Elevador

Tenho a infelicidade de trabalhar a vários pisos acima do nível do chão. A tecnologia encarregou-se de facilitar o voo, inventando uma coisa chamada o elevador. Mas o conceito ainda gera alguma perplexidade em certas pessoas, fodendo dificultando a vida de quem está com pressa.

Apanhar o elevador exige um trabalho de casa prévio e estudado: o destino. Para onde vou? Para cima ou para baixo? Não é na altura que se decide. É com muita antecedência. 
Provavelmente fruto dessa indecisão, laivos de inteligência impelem muito boa gente a carregar nos dois botões: para cima e para baixo. Se é burrice ou se é o síndrome da omnipresença querendo estar em toda a parte ao mesmo tempo, eu ainda estou a tentar perceber. Os dois botões servem para se fazer uma escolha como em tudo na vida. Não é para enfiar lá os dois dedos como se estivesses sozinho em casa no duche.

Muito menos por achares que carregar nos dois ao mesmo tempo, carregar com mais força ou carregar dez vezes vai acelerar o percurso da descida porque aí, o elevador vai perceber "ai que há uma senhora com pressa, deixa cá despachar".

 
Todavia se fosse só pela vossa burrice, ficaria enternecido a olhar para as vossas figuras, divertindo-me durante o tempo de espera. O problema é que são vocês, cheios de pressa para irem para cima e para baixo ao mesmo tempo, que atrasam aquela merda toda (go figure). Se o elevador vai para cima, o facto de terem tocado nos dois não vai fazer com que interrompa o percurso de quem lá está só para descer por vocês. Vai sim, abrir a porta e atrasar a vida de todos porque estupidamente o elevador pensou que por teres tocado na seta para cima, querias efectivamente subir. Tamanha loucura de ideia, eu compreendo.

Como se já não bastasse a angústia de controlar o impulso de ver esmagadas as cabecinhas ocas de quem ainda suspira de desespero por estar a demorar tanto, alheio à culpa exclusivamente sua pelo facto de isso estar a acontecer, ainda temos todos de gramar com a abertura de porta duas vezes quando já lá estamos dentro.

- Se calhar é do peso a mais...

- Não minha valente retardada mental, é do peso a menos na tua cabeça que não sabes tocar apenas na seta do teu destino...

(esta resposta ocorreu apenas na minha cabeça porque ainda sou uma pessoa civilizada e opto antes por fazer formação cívica como neste post)

4 comentários:

Poisoned Apple disse...

Oh, não! Demasiada violência neste post, não sei se consigo voltar a ler-te!

:P

Caro Schnoof, sofremos do mesmo mal, não aguentamos pessoas burras. Eu, tu e o Piston dava um belo casamento moderno.

Schnoof disse...

De preferência num monte alentejano longe das invejas das vizinhas que já me apercebi que anda tudo de cotovelo fracturado.

Alexandra disse...

Ainda ontem pensei exactamente o mesmo quando estava no hospital.

BTW, falhaste a "festa surpresa". Foi giro ver o Vasco dançar o Can Can, Dartacão e a Mary Poppins com uma capa de super homem.

**

(Verificação de palavras: "tards")

luanis disse...

Partilho a tua dor... é só isto que tenho a dizer.