quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Os telemóveis, as memórias e fotos badalhocas...

Antigamente, a minha mãe fazia álbuns de fotografias. Tirava, revelava, escolhia as melhores fotos e colava num álbum para mais tarde recordar. Hoje em dia, tiramos tudo, guardamos tudo, fazemos upload de tudo, e venham os incêndios que há backups por todo o lado. 

Depois há fotos. E fotos. Nunca percebi bem o fascínio de algumas pessoas guardarem determinadas fotos religiosamente no telemóvel. Agora existe um icloud, seja o que isso for. Embora o conceito de guardar fotos numa "nuvem" não me parece ter a mesma sonoridade de "cofre". Distingue-os uma pequena questão de volatilidade.

Mas antes de entrar em conceitos como segurança e QI<30, causa-me alguma desconcertação o porquê de muitas pessoas quererem guardar fotos da papoila ou outras peças anatómicas no telemóvel. É como se de repente tivessem medo de não poderem olhar para ela sempre que quisessem e, a menos que residam num país onde a mutilação genital seja frequente, não me parece que haja essa necessidade. Até porque mesmo que não queiramos olhar para ela, lavamo-nos diariamente. Pronto, deixemo-nos de optimismos: cagamos e mijamos várias vezes.

Em consequência disso, e ousando contradizer Lavoisier: num mundo onde tudo se perde, um dia o telemóvel cairá em mãos matreiras. 
Ou talvez um dia irão apenas querer mostrar as fotos das férias em Cuba aos amigos... charutos, o hotel, a praia, a minha passarinha, mais charu... uh, espera...

Não fosse estupidez suficiente, há pessoas mais conhecidas pelo mundo a fazerem o mesmo álbum de recordações no seu telefone. Como se a fotografia de uma snaita famosa não valesse milhões num mercado negro chamado internet.

Vamos apenas rezar que isso nunca aconteça. E felizmente vivemos num mundo de gente séria onde nada disto espalha por mãos alheias. Ufa. Até lá, vamos contentar-nos com a foto da Jennifer Lawrence a mostrar os resultados dos seus dotes culinários quando acidentalmente faz explodir um pacote de natas:


Ai ai que a menina é desastrada. A espalhar comida por todo o lado nunca vai conseguir ser uma Nigella.

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