Acho que já fiz alguns posts sobre o meu pai neste blog e sobre o quanto ele é um porreiraço e tal e sobre como ele me apoiou a 100% quando lhe enviei um e-mail a contar que era gay às 4 da manhã. Quero dizer, ele não ficou a dar pulos de alegria, mas não me atirou pela valeta abaixo o que já é bom. E a verdade é que ele é o melhor pai do mundo.
Mas a minha mãe pariu-me sem epidural foda-se. Na altura o aborto não era permitido e ela ainda ficou ali comigo metade fora metade dentro a pensar se não deveria simplesmente fechar as pernas até eu ficar roxo e depois alegar perda de lucidez temporária. Não sei o que se passou depois que eu consegui sair todo. Se calhar peidou-se.
A minha mãe é assim como eu, expansiva, a rir durante 24 horas. Só não é badalhoca. É o que nos distingue. Aliás se alguem ousasse proferir a palavra merda em casa, teria certamente perdido a virgindade mais cedo com o cabo da vassoura.
A minha mãe bem se esforçou para que eu crescesse e viesse a ser uma pessoa. Logo desde pequeno, mandou-me à circuncisão porque era mais higiénico. Isso condicionou a que eu viesse a ser uma pessoa muito porca. Com a pila limpa, mas uma pessoa muito porca.
Desde cedo que nos obrigava a fazer a cama, lavar a loiça, retretes, e tudo o que fosse preciso para participar nas lides da casa. Era a puta da escravatura. Hoje não faço camas, não lavo loiças e afins porque na verdade eu nasci para ter vida de princesa, mas trocaram-me na maternidade.
Ninguem fumava em casa, não havia drogas e sexo era uma conversa séria que se tinha aos 12 anos sentado à mesa. Na altura chamava-se educação moderna. Entretanto fumei, experimentei várias ervas aromáticas e forniquei.
Não se dizia asneiras lá em casa. Claro que assim que abria a porta da rua, só me apetecia dizer cona da tia 30 vezes até ficar com a língua dormente. Recentemente bani a minha mãe do facebook porque comentou que não me tinha ensinado aquelas palavras. Mais recentemente aceitei-a novamente na condição de não comentar o meu novo vocabulário. Ela lá sofre em silêncio com as minhas frases inspiradoras.
Já com 16 anos todos tinham que estar em casa antes da meia noite. E eu estava em casa cinco minutos antes. Depois saía dez minutos depois pela janela. E ia fumar, experimentar ervas aromáticas, fornicar e dizer cona da tia 30 vezes até ficar com a língua dormente. Ou então é porque na altura ainda fazia minetes. Não me lembro bem.
A questão é que a minha mãe esforçou-se e fez tudo para que eu crescesse. E no fim de contas, há paus tortos que se endireitam. Portanto mãe, és a melhor do mundo. É clichê eu sei mas a verdade é que os outros estão iludidos que as mães deles são as melhores. Eles que vivam na ignorância.
4 comentários:
oh meu deus... :P
ahahahahaha!!!! e ja agora...a tua mãe lê o teu blog?
Ass: Yara
A tua mãe é a melhor, sim!
(Vive lá na ignorância.... :P)
se todas as mães fossem como a tua de certeza que seriamos muito mais felizes :)
Enviar um comentário