Enquanto as escravas cozinham para uma passagem de ano que promete fotos dignas de chantagens milionárias, eu estou a beber gin no sofá. E então decido reflectir sobre o ano transacto e quero fazer alguns agradecimentos por terem feito parte da minha vida este ano:
- à minha mãe que eu tive de banir do facebook porque andava a comentar nos meus posts a frisar que não me tinha ensinado a utilizar aquela linguagem;
- ao meu pai que a vai controlando senão ela até se tinha infiltrado no meu orkut (não que eu tenha lá conta, atenção);
- às minhas manas por terem permitido que eu herdasse a inteligência toda da família;
- ao meu mais que tudo que é a coisa mais sem sentido de humor que eu conheço, mas que de vez em quando me premeia com um espasmo muito próximo do sorriso após um "tu não tens piadinha nenhuma" (ai, se tu descobres este blog...);
- às minhas badalhocas colegas de trabalho por me darem tanto material de escrita só de vos observar;
- à minha amiga Dinona Cona (um dia explico o porquê deste nome) por me ter ensinado a escrever, porque se agora escrevo mal, imaginem antes;
- ao meu arrumador de carros que passou o ano a registar matrículas dos cabrões que tocam e fogem e acham que se safam... em 2011 acho que vou lhe oferecer uma garrafa;
- ao meu vizinho velho e chato que decide passear o cão sempre à mesma hora que eu para que eu possa usufruir das secas de morte que ele me prega a contar as histórias mais absurdas e sem interesse nenhum;
- ao meu único leitor que clica de Angola quase diariamente à mesma hora: se algum dia eu falar mal dos pretos, não me deixes de ler por favor. Prometo que no dia a seguir falarei das brancas retardadas que trabalham comigo. E no dia seguinte dos indianos sebosos que me vêm trazer a pizza a casa e que me deixam sem vontade de a comer. Já quase peço de joelhos para o meu mais que tudo ir à porta senão qualquer dia morro à fome.
E pronto, se não me lembrei de mais ninguem é porque não foram importantes. Vou já separar as passas e vou pedir mais 12 leitores para 2011 (apesar de achar uma tradição estúpida uma pessoa enfardar-se em passas a cada badalada até fazer pasta de uva na boca, ao mesmo tempo que tenta enfiar espumante pelos espaços que sobram na boca, mas pronto).
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