domingo, 2 de janeiro de 2011

Eco-merda

Há dias em que o meu cérebro está definitivamente em piloto automático. Não sei como chego aos sítios, mas chego... sem lesões. Ontem foi um desses dias... entre um cão coxo com gesso na pata e um saco cheio de papel e cartão para reciclar, lá fui eu de olhos abertos mas sem ver nada até ao ecoponto. Ecoponto esse que, ao chegar lá... não estava lá. Nem verde, nem amarelo, nem azul. Um espaço vazio após 4 anos.
Lá fiz o caminho para casa com o saco cheio enquanto o cão fazia o pino para conseguir marcar território.
Cheguei a casa e fiz o que qualquer cidadão deve fazer: liguei para os eco-senhores:
-Boa tarde, estou a ligar para saber o que se passa com o ecoponto de (a minha morada)
- Ora deixe-me verificar...
Horas tremendas...
- Pois, é que estamos a racionalizar algumas zonas (ele provavelmente não disse "racionalizar" mas a minha cabeça tende a achar que as pessoas falam bem)
- E racionalizar significa retirar os ecopontos que estavam sempre a abarrotar ao ponto das pessoas terem de deixar sempre sacos ao lado?
- Pois, essa decisão já não me compete...
- *Suspiro bem sonoro* Então pode-me dizer onde estão os ecopontos mais próximos?
- Deixe-me verificar...
Horas tremendas...
- Pois. (Nova morada)
- Obrigado.
Fui ao GoogleMaps porque não conheço aquela rua e parece-me que o sr. ecoponto também não sabe onde fica. Cálculos feitos: 2.3 kms?! Por momentos fiquei na dúvida se tinha colocado a minha morada como "Lisboa" ou "Santa Comba d'Azoia".
Pois então é claro que sim. Racionalizar significa carregar os sacos durante 2.3 kms (fora o regresso) até porque tenho tempo que sobra para fazer essa caminhada de Santiago todos os dias. Melhor, porque não optar pelo método mais ecológico e levar o meu carro enquanto poluo o ar, feliz e contente, durante 4.6 alegres kms?
Pois com certeza. Lixo! Agoras carreguem vocês p´ró aterro que é para "racionalizarem"!

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