terça-feira, 5 de julho de 2011

Porque eu mereço.

Querido Deus;

Eu não sou pobre, mas trabalhar para comer não dá com nada. Tenho um sexto sentido que me diz que não fui talhado para isso. 
A minha pobreza é de espírito: preciso que me enriqueças o espírito com o jackpot desta noite. Estou desanimado com a vida, com o despertador, com os cortes, com os chulos das minhas retenções que não param de subir, com as taxas de EMEL que sobem, o IVA que sobe, etc. e isto deixa-me triste. E Tu não me queres ver triste pois não?
Não me drogo, não me prostituo (por enquanto), não matei ninguém... Prometo que farei uma doação considerável a uma instituição de solidariedade, menos ao Fernando Nobre que esse deu-se ao luxo de viver apenas das causas humanitárias e isso cheira-me a esturro.
Além do mais, acho que estás em dívida para comigo desde que te esqueceste de me dar cabelo suficiente para durar uma vida. Com 171 milhões, garanto que a Dermoestética trataria de corrigir o Teu erro e nunca mais serias olhado de lado por andares a criar seres imperfeitos.
Obrigado Senhor por me Teres ouvido e espero que poupes o meu sofrimento mais logo.

Ass: Um excêntrico daqui a duas horas

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